segunda-feira, 31 de outubro de 2011

BRASIL ENCERRA SUA MELHOR PARTICIPAÇÃO EM PANS FORA DE CASA


Alguns favoritos caíram, alguns azarões surpreenderam. Vitórias de superação se misturaram a derrotas frustrantes, e o choro foi livre. Assim o Brasil atravessou os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara nas últimas duas semanas.

Como se esperava, natação, atletismo, judô, vela e vôlei puxaram a fila das medalhas. Foram 141 no total para o país, sendo 48 de ouro. Pouco para bater o desempenho caseiro de 2007 ou para derrubar Cuba, que levou 58 ouros e ficou em segundo lugar no quadro de medalhas, atrás dos Estados Unidos.

"Foi o melhor Pan da história fora do Brasil. Se olharmos para a competição na República Dominicana, ficamos com 60% a mais no número de ouros. Somado aos medalhistas, mostramos que, mesmo sem superar o Rio-2007, conseguimos manter o nível. Ficamos em segundo no total de medalhas e terceiro no total de ouros. Foi o legado de 2007, junto com o trabalho que vem sendo feito", afirmou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esporte do Comitê Olímpico Brasileiro.

O país conseguiu 26% das vagas olímpicas que estavam em jogo, e faltaram quatro ouros e 16 medalhas no total para superar o desempenho no Rio. 

Foi com natação, atletismo, judô, vela e vôlei que o Brasil embolsou a maior parte das suas medalhas em Guadalajara. Os nadadores garantiram 24 medalhas, sendo dez ouros, oito pratas e seis bronzes. Dá para incluir aí o aproveitamento perfeito de Cesar Cielo e mais um show de Thiago Pereira, que se tornou o maior vencedor do Brasil na história dos Pans, agora com 12 ouros na carreira, superando o mesa-tenista Hugo Hoyama.

No atletismo, mais 23 pódios, sendo dez medalhas de ouro. Destaque para a campeã olímpica Maurren Maggi, no salto em distância, Adriana da Silva e Solonei Rocha, que venceram as maratonas, a "Beyoncé" Rosângela Santos, que brilhou nos 100m rasos, a musa Ana Claudia Lemos, que fez o mesmo nos 200m, o incansável Marilson dos Santos, vencedor dos 10.000m, e o ex-PM Leandro Prates, nos 1.500m. Sem falar nos revezamentos 4x100m feminino e masculno e no ouro de Lucimara Silvestre no heptatlo.

O judô e a vela também mantiveram a tradição de conquistas. Com 13 medalhas, o Brasil viu seis representantes festejando título, todos no masculino: Luciano Corrêa, Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Leandro Cunha, Bruno Mendonça e Felipe Kitadai. Na vela, cinco das sete medalhas foram douradas.

No vôlei, 100% de aproveitamento. Na quadra, homens e mulheres derrubaram Cuba na final e garantiram um par de ouros. Na areia, festa idêntica para Alison/Emanuel e Juliana/Larissa, que mantiveram a tradição.

O Brasil não conseguiu superar o desempenho de 2007, mas algumas modalidades evoluíram de lá para cá. Na ginástica masculina, o ouro por equipes foi o ponto de exclamação da campanha, que ainda viu Diego Hypolito com dois triunfos individuais, no solo e no salto. Na ginástica rítmica, as meninas também fizeram bonito, com sete medalhas (três ouros). O país também melhorou no tiro esportivo, com seis medalhas de ouro, no triatlo, com um ouro e um bronze, e no levantamento de peso, com um ouro.

A campeã mundial do salto com vara Fabiana Murer não conseguiu repetir em Guadalajara a performance de Daegu e ficou com a prata. Outra Fabiana campeã mundial, a Beltrame, também ficou em segundo lugar no México, no skiff simples peso leve do remo. O basquete verde-amarelo fez feio. No feminino, uma surpreendente derrota para as porto-riquenhas na semifinal e uma amarga medalha de bronze. O masculino fez pior e sequer conseguiu chegar às semis, terminou em quinto. No taekwondo, Natália Falavigna e Diogo Silva ficaram sem medalhas. A ginástica artística feminina deixou o Pan sem ouros e com crise: o debate sobre a seleção permanente criou um racha na equipe verde-amarela. Quem também bobeou foi o futebol masculino: a seleção sub-20 de Ney Franco ficou fora das semifinais.

Não foram poucas as histórias de superação dos brasileiros em Guadalajara. O patinador Marcel Stürmer, que teve seus patins roubados antes de viajar ao México, garantiu o ouro no Pan. No futebol feminino, as meninas sofreram com a morte do pai da atleta Maurine, mas foram à decisão, com direito a gol dela na semi. Perderam nos pênaltis e ficaram com a prata, mas saíram de cabeça erguida. Na maratona, Solonei Rocha ganhou a última medalha de ouro do Brasil e mostrou o orgulho do passado como catador de lixo.

Principalmente na primeira metade do Pan, o chororô foi constante nas competições envolvendo brasileiros. A cada derrota, uma reclamação, muitas vezes com razão. De problemas logísticos a critérios de arbitragem, os brasileiros reclamaram de prevalecimento aos mexicanos. 

JOGOS PAN-AMERICANOS GUADALAJARA 2011 - ORGULHO DE SER BRASILEIRO!

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